Xi Jinping presenta una iniciativa en el ámbito de la seguridad global: ¿de qué se trata?
Publicado: 21 abr 2022 12:34 GMT
Texto copiado na íntegra do portal RT.com, boicotado pela censura no Ocidente.
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El presidente chino se expresó en contra de la mentalidad de la Guerra Fría, del hegemonismo, de la política de poder y de la confrontación de bloques.
El presidente de China, Xi Jinping, formuló este jueves su propia iniciativa en el ámbito de la seguridad internacional, en cuyo marco instó a rechazar la mentalidad de la Guerra Fría y abstenerse en la confrontación de bloques.
El mandatario indicó que la humanidad vive en “una comunidad de seguridad indivisible”.
“Se ha demostrado una y otra vez que la mentalidad de la Guerra Fría solo destruiría el marco de la paz global, que el hegemonismo y la política de poder solo pondría en peligro la paz mundial y que la confrontación de bloques solo exacerbaría los desafíos de seguridad en el siglo XXI“, destacó.
Según la visión de la seguridad internacional del presidente chino, es importante:
Seguir comprometidos con el concepto de la seguridad “común, amplia, cooperativa y sostenible”, así como trabajar para mantener la paz y la seguridad en el mundo
Respetar la soberanía y la integridad territorial de todos los países y no interferir en sus asuntos internos
Cumplir con los “objetivos y principios de la Carta de las Naciones Unidas, rechazar la mentalidad de la Guerra Fría, oponerse al unilateralismo y decir ‘no’ a la política de los grupos y enfrentamiento entre bloques”
Tomar en serio las “preocupaciones de seguridad legitimas de todos los países”, respetar el principio de la seguridad indivisible, crear una arquitectura de seguridad efectiva y equilibrada y oponerse a intentos de lograr la seguridad de una nación a expensas de la seguridad de otro país
Resolver las disputas entre las naciones de manera pacífica, a través de diálogos y consultas, rechazar el doble rasero y oponerse al uso de las sanciones unilaterales
Mantener la seguridad “en dominios tradicionales y no tradicionales” y “trabajar juntos en disputas regionales y desafíos globales, como el terrorismo, el cambio climático, la ciberseguridad y la bioseguridad”
“Los países de todo el mundo son como pasajeros a bordo del mismo barco que comparten el mismo destino. Para que el barco supere la tormenta y navegue hacia un futuro brillante, todos los pasajeros deben trabajar juntos. La idea de arrojar a alguno por la borda simplemente no es aceptable“, subrayó el mandatario chino.
Roberto Amaral, Cientista político e ex-ministro da Ciência e Tecnologia entre 2003 e 2004
O que está em jogo não é a “soberania ofendida” da Ucrânia, “mas o doloroso parto de uma nova ordem mundial”, avalia o colunista Roberto Amaral A débâcle da União Soviética – simbolizando a vitória do capitalismo sobre as experiências do “socialismo real” –, deveria haver ensejado tanto o fim da Guerra Fria quanto a dissolução da OTAN, em face do esvaziamento do objetivo comum: o combate à “ameaça” comunista. Não foi, porém, o que se viu, quando a URSS, em 1991, não só renunciava, unilateralmente, ao comunismo, como se decompunha perdendo de saída, com a independência de várias de suas repúblicas, cerca de 40% de seu território. A antiga “sede do mal”, agora capitalista – porém um país capitalista pobre e exangue –, se oferecia ao Ocidente, que, vitorioso, tonitruava o fim da história. Soberbo, fez menoscabo da adesão do adversário derrotado. Reinava, desde Carter, a doutrina Brzezinski, que via a Eurásia, independentemente de sua quadra política, como um possível obstáculo ao domínio global dos EUA, que queriam incontestável, seja pelo adversário ideológico da Guerra Fria, seja por outra potência econômica capitalista que viesse a emergir. Em 1991, no governo de George H.W. Bush, a “Orientação de política de defesa”, referindo-se ao mundo que se sucedia à queda do bloco comunista, afirmava que a prioridade estratégica dos EUA (isto é, da guerra), era impedir, no futuro, o surgimento de qualquer corrente global potencialmente ameaçadora da liderança de Washington. Paul Wolfowitz, subsecretário de Defesa, seu principal redator, esclarecia as preocupações do Pentágono, posto que a Rússia, mesmo capitalista e fragilizada, “continuaria sendo a potência militar mais forte da Eurásia”. Potência que, hoje, permanece como o segundo exército do mundo, dispondo, ademais, do maior acervo de ogivas nucleares do planeta, e se candidata à liderança de uma nova ordem mundial resultante do encontro da decadência do Império com a emergência da China como potência econômica, política e militar. Impunha-se, então, nada obstante a opção pelo capitalismo, a tarefa de desconstituir a Rússia ou, no mínimo, mantê-la sitiada. Essa política continha o antigo império e fragilizava a estratégia chinesa, anulando a potência de seu principal aliado militar. A estratégia dos EUA, vitoriosamente levada a cabo, consistiu em atrair para a órbita ocidental (ou seja, da OTAN), sob seu comando, os Estados que compunham o antigo Leste Europeu. Em 1999, se incorporam à organização militar a República Tcheca (já desmembrada a Tchecoslováquia), a Hungria e a Polônia. Em 2004 é a vez da Bulgária, da Estônia, da Letônia, da Lituânia, da Romênia, da Eslováquia e da Eslovênia. Em 2009 ingressam Albânia e Croácia; em 2017 Montenegro e em 2020 a Macedônia do Norte. Essa politica de balcanização já destruíra a Iugoslávia, mediante guerra sangrenta, de que resultou seu despedaçamento em pequenos enclaves. O mesmo processo seria mais tarde levado a cabo no Iraque e no Afeganistão. Com a “Primavera árabe” chegaria à Tunísia, à Líbia, ao Egito e à Síria, ainda em guerra intestina. Moscou estava destinada à asfixia. Para os objetivos dos EUA, portanto, a absorção da Ucrânia pela OTAN é o coroamento de uma política de expansão militar bem sucedida; para Moscou, impedi-la transforma-se em um imperativo de sobrevivência. A violência da invasão é seu desdobramento. O “Comunicado Final da reunião de chefes de Estado e de governo da OTAN”, realizada em Bruxelas em 14 de junho de 2021, confirmava oficialmente que Bósnia-Herzegovina (fruto da destruição da Iugoslávia), Geórgia e Ucrânia aspiravam a se tornarem membros da Organização. O documento, em sua essência, deixava claro que antes e depois da debacle, antes e depois da adesão ao capitalismo, antes e depois de seu desastre econômico, antes e depois de Bóris Yeltsin, antes e depois de seu soerguimento sob Vladimir Putin, a Rússia fôra sempre uma obsessão para os estrategistas do Pentágono. Na última operação, preparatória da crise desses dias, os EUA haviam promovido o golpe de Estado na Ucrânia (2014) que derrubou o presidente constitucional Viktor Yanukovych, abrindo caminho para a ascensão de governos hostis à Rússia e às minorias russas, atacadas pelo exército ucraniano e milícias nazifascistas. O novo governo, um títere pró-EUA, transformou o projeto de adesão à OTAN em mandamento constitucional. Na sequência do golpe, em 2019, o Parlamento ucraniano modifica a Constituição para, já no preâmbulo, reafirmar a “identidade europeia do povo ucraniano e a irreversibilidade do curso europeu e euro-atlântico da Ucrânia”. Mas a declaração de guerra viria no parágrafo 5º do artigo 8º ao incumbir ao Parlamento o dever de implementar “o curso estratégico do Estado rumo à plena adesão da Ucrânia à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte”. Tratando-se de sua sobrevivência, Moscou não estabeleceu limites, e a resposta ao que considera ameaça à sua soberania foi a invasão; o fracasso da diplomacia impôs a guerra, na qual todos estamos envolvidos, fundamentalmente em suas perdas, porque toda guerra é uma tragédia. Como observou Aldo Fornazieri (“Uma guerra do século XX”, Carta Capital, 9/03/2022), “Antes da invasão da Ucrânia, a Rússia tinha a vantagem moral, pois suas demandas eram e ainda são legítimas. Mas ao agredir injustificadamente, colocou a vantagem moral na boca de líderes ocidentais que têm as mãos sujas de sangue”. Ocorre, porém, que a vantagem moral da Rússia jamais foi considerada pelos EUA e seus servidores. Putin, embora reconhecido como bom jogador de xadrez, parece haver subestimado a resistência dos ucranianos e ignorado a capacidade do Ocidente de impor sanções. A Rússia enfrenta um isolamento que mesmo a URSS jamais conheceu. E de bandeja entrega aos EUA bandeiras que sempre pertenceram à Esquerda, como a defesa da autodeterminação dos povos, da paz e da negociação como instrumento de solução dos conflitos. EUA e União Europeia, enquanto os embates se desenrolam na Ucrânia, estão massacrando os civis do Iêmen, armando a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Mas isso não faz sangrar os corações piedosos: os iemenitas são apenas árabes, não têm cabelos loiros nem olhos azuis. Sob o pretexto da guerra, a pauta internacional anuncia mais exércitos, mais armas e mais conflitos. Sob os aplausos da UE, a Alemanha de Olaf Scholz promete um reforço de 100 bilhões de euros nos investimentos militares, a elevação do orçamento do exército de 1,5% para 2% do PIB, ao tempo em que anuncia um programa de exportação de armas. Em festa o complexo industrial militar. A periferia que se cuide. Para alguns analistas, Moscou caiu em uma armadilha dos americanos. Se vero, terá sido a segunda vez, pois antes tropeçara na malsucedida intervenção militar no Afeganistão, uma guerra que começou perdida, enquanto a CIA, sob as ordens de Jimmy Carter, fortalecia as organizações terroristas que nos anos seguintes iriam ensanguentar metade do mundo. Zbigniew Brzezinski, o estrategista da Casa Branca, perguntado se não se havia arrependido de haver armado o terrorismo que ousara o 11 de novembro, respondeu dizendo que a destruição da URSS era a grande compensação. Para todos os efeitos, aos olhos do Império ora declinante, a Rússia é a sucessora da URSS. A batalha da Ucrânia tem todos os ingredientes para se transformar em um estorvo mundial, posto que o que menos pesa é a integridade de seu território ou o direito de seu povo à autodeterminação. O que está em jogo corre por fora de seus interesses. Nesta briga, a Ucrânia (apesar de invadida e em guerra), não exerce o papel de sujeito. O que está em jogo não é sua soberania ofendida, mas o doloroso parto de uma nova ordem mundial; um jogo de poder, vital para as potências envolvidas, as quais, numa disputa de vida e de morte, de sobrevivência ou extinção, não conhecerão limites. Os EUA podem chegar ao final dessa guerra que alimentam sem a perda de um só homem: em seu nome morrem civis e militares ucranianos. O que está em disputa, e é pelo que velam os norte-americanos e a Europa submissa, é a definição da nova ordem mundial, pois vivemos os últimos tempos da hegemonia anglo-saxã, reinante desde pelo menos 1815, superada pela emergência da Eurásia. Trata-se do doloroso parto de uma nova hegemonia, que põe em xeque a decadência do Império ante a emergência da China; trata-se do possível trânsito do poder do Ocidente para o Oriente, do Atlântico para o Pacifico. A História não conhece transição pacífica de poder, e a disputa da história presente comporta todas as hipóteses de desfecho. Descartada a eventualidade de uma vitória esmagadora de um dos lados, tanto podemos caminhar para um limitado acordo de paz, que será mero interregno antes do próximo embate, quanto podemos caminhar para uma escalada de conflitos levando a economia mundial a uma crise sem precedentes, anunciadora de inflação e depressão – o que, sabidamente, é mais um elemento alimentador da guerra. Este raciocínio não considera a ameaça do suicídio atômico. Há um óbvio jogo. Aos EUA, em face do progressivo crescimento da China, é mais conveniente antecipar o desfecho. E, quando põe em risco a sobrevivência da Rússia, parceira fundamental de Beijing, Washington está mirando a China, seu verdadeiro adversário. Para a China a guerra é indesejável, pois espera ascender ao pódio conduzida pelo processo histórico que vê a seu favor. Se sobreviver um mínimo de bom senso, os senhores da história presente evitarão vitórias (e derrotas) esmagadoras, e assim, darão mais tempo de vida à humanidade.
É bastante conhecida nas ciências biológicas, entre elas a Medicina, a correlação entre desnutrição infantil, déficit cognitivo e desenvolvimento somático. Ou, em outras palavras, o casamento entre fome, submissão e fragilidade sanitária é bastante claro, às vezes definitivo.
Este será um post rápido. Tentarei ser breve ao explicar porque acredito que o tempo de atuação das politicas públicas no Brasil, implementadas a partir de 2004, não tiveram tempo de surtir efeitos de longo prazo, visto que começaram a ser corroídas em 2016, com a tomada do poder executivo por um governo ilegítimo.
Na década de 1990, jornais e revistas chamavam a atenção ao fato de que pessoas, seja nos sertões, seja nas grandes cidades, padeciam do flagelo da fome. Havia um percentual significativo de pessoas abaixo da linha de miséria (as que percebem menos de USD 1,0 ao dia). Tais fatos eram já bem conhecidos nos meios médicos e na academia, de modo geral.
Com a eleição do governo progressista de Luis Inácio Lula da Silva e sua posse, as coisas começaram lentamente a mudar. As pessoas em situação de risco passaram a fazer parte do orçamento através de um rede de proteção social inclusiva. Paulatinamente, a comida começou a chegar às mesas, a moradia passara a ser, não uma quimera, mas uma realidade. As crianças e gestantes tiveram sua saúde melhor protegida através do ancoramento da frequência escolar, ao comparecimento aos serviços de pré-natal, vacinação e puericultura. Em contrapartida, receberiam/receberam o benefício do programa Bolsa Família.
A frequência escolar, com alimentação incluída durante o período de aulas, a vacinação e a puericultura, inauguraram um período em que as crianças teriam a possibilidade de ter seu desenvolvimento pleno, seja no plano somático (crescimento e desenvolvimento corporal), seja no plano de desenvolvimento do sistema nervoso central, com incremento das funções cognitivas e interações pessoais e socialização.
Da mesma maneira, as gestantes passaram a ter acompanhamento periódico, também ancorado ao Bolsa Família. É sabido no meio científico que o bom desenvolvimento do feto depende, e muito, das condições físicas e nutricionais da gestante. Carências fundamentais, como a de ingestão de calorias e proteínas em quantidade suficiente, além de combate às chamadas ‘fomes ocultas’, entre as quais a falta de Ferro e anemia ferropriva, começaram a ter maior combate naquele período.
Ainda, o extenso programa de imunização implementado à época inaugurou um período em que a ocorrência de mortes por doenças evitáveis começou, lentamente, a declinar. A consequência foi a diminuição da mortalidade materna e infantil.
O País saiu do chamado mapa da fome.
Mas, para que tais medidas sociais pudessem ter resultados duradouros, seria necessário que pelo menos uma geração completa fosse beneficiada. Isso porque tanto o desenvolvimento do sistema nervoso quanto o somático, até o fim do crescimento, dependem, em menor ou maior grau de nutrientes e estímulos. Se supusermos que uma geração é um período de uns vinte anos, é fácil concluir que não deu tempo de aquelas pessoas, que iniciaram a vida no início do século XXI, dentro ou fora do útero materno, completarem seu desenvolvimento pleno.
Enfim, não deu tempo. Os programas sociais, ora em declínio e nítida corrosão por parte do governo vigente; o desemprego, a assolar famílias inteiras, aproxima-se da cifra de 14 milhões de pessoas, quando até fins de 2014 o País gozava de pleno emprego; a violência perpetrada contra o maior programa de saúde do mundo, o SUS, favorecendo a mercantilização da medicina, enfim, têm feito com que os efeitos de um período de progresso sanitário e nutricional tenham um horizonte sombrio. Um período que, como bem diria Manuel Bandeira, ‘poderia ter sido mas não foi’.
Um País onde o fosso social existe, onde ainda persistem a Casa Grande e a Senzala, tem o terreno para a tão desejada Democracia contaminado pelo ódio de classes, preconceito e subserviência do pobre ao rico. Como antes.
O golpe parlamentar sofrido em 2016 é, pois, uma medida sádica, talvez premeditada e abortiva, de não permitir que uma nova geração de brasileiros devidamente nutridos e capacitados do ponto de vista cognitivo, inaugure um período de igualdade social que se prolongue no tempo.
O Programa Fome Zero, ao ter seu futuro ameaçado pelo golpe que se instalou no Brasil, pode ferir de morte, não uma política do governo que foi derrubado, mas outra, de Estado, cujo desfecho não pode ser outro senão nossa devolução histórica à subserviência aos interesses das classes dominantes e ao capital. Urge lutar contra isto.
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